segunda-feira, 4 de maio de 2009

O dia D(o Dan...)


Sou um cara supersticioso. Ainda.

Eu tento brigar contra a superstição, mas não tem jeito, é maior que eu.

Não que ser maior que eu seja algo pra se ter orgulho, mas vamos deixar as picuinhas pessoais de lado.

Sabe quem estava sendo lavada na quarta feira, dia de jogo com o Atlético-PR? Ela mesma, a cueca preta.

Preferi não brincar com a sorte novamente. Então depois de voltar da Igreja no sábado, lá pras 6 da manhã, cheguei em casa, tomei um banho e já procurei meu amuleto. Trajei minha digníssima cueca negra, boxer, lavada e cheirosa, pronta para o meu sono pré-finalíssima.

Acordei cedo pra curtir a corrida da MotoGP. Foi minha pior cagada, comecei a roer unha às 9 da matina.

Tentei de modo infrutífero dormir mais um pouco, meu nervosismo não permitia de modo algum que eu fechasse os olhos. Mas a cueca preta estava lá, vestida! Não havia o que temer!

Passou meu dia, almocei, tive meus entretempos em família, coisas corriqueiras de domingo.

Nada fora do comum.

A não ser pelo meu nervosismo que ousava me desafiar durante o dia.

Por mais confiante que meu discurso fosse sobre o jogo, minha confiança estava abalada, pois algumas memórias me vieram à tona.

Primeira: Brasileirão de 2002.

Memorável dia que o Rogério, um dos melhores laterais direitos que passou por aqui nos últimos anos, levou a fatídica pedalada da farsa praiana. E o Santos, classificado em último lugar pra segunda fase, levava o título em cima do poderosíssimo Corinthians de Parreira, Gil, Kléber e Ricardinho.

Este time do Corinthians tinha as características de tocar bem a bola, prender muito o jogo, não se desesperar em momento algum, mesmo quando começava perdendo. E jogava em um 4-3-3 clássico, com dois pontas bem abertos (Gil e Leandro) e um centro avante goleador (Deivid).

E o time do Santos se classificou na bacia das almas, e foi salvo por um molequinho camisa 7, recém revelado, junto com uma pequena leva de jogadores saídos da base do time. Tal camisa 7 ainda conseguiu enganar uma penca de times pela Europa, mas isso é outra conversa.

A segunda memória: Copa do Brasil de 2008.

O Campeonato perdido mais ganho da história do futebol do Corinthians. De 1910 pra cá, nunca perdemos um campeonato tão fácil.

E tudo porque ganhamos o primeiro jogo de 3x1. Uma folga considerável para o time, que só precisava empatar ou até perder de 1x0 o segundo jogo. Só que acabou entrando com um clima de "já ganhou" e perdeu o campeonato de forma vexatória em plena casa do adversário.

Conseguiu associar tudo ou quer uma força?

Time jogando no 4-3-3, paciente, toca bem a bola, não se desespera quando está perdendo, pegou na final um Santos que se classificou na bacia das almas pra segunda fase, com uma revelação das categorias de base jogando com a camisa 7...

Ganhou o primeiro jogo de 3x1 e precisava só manter o resultado pra ser campeão.

Amigos e amigas, confesso que só não me caguei de medo pra não sujar a cueca preta.

E assim foi, eu tenso até começar a partida, mais tenso ainda depois do apito inicial, passando de tenso pra PUTO quando o William deixa o Kléber Pereira sair sozinho na frente do Felipe que acaba fazendo o penalti e deixando os peixes abrirem o placar.

Confesso que nessa hora comecei a duvidar do poder da minha roupa de baixo. Duvidei por aproximadamente quatro minutos.

Dentinho tabela com André Santos que fuzila de dedão e mata Fábio Costa. 1x1, e o time já põe a mão na taça.

Detalhe crucial pro senhor Nazário que perdeu um gol logo no início do segundo tempo que nos teria dado a vitória e uma festa ainda maior. Mas nada que tire os créditos incontáveis que ele já tem por ter feito gols em todos os clássicos.

E assim foi, até o apito final e a festa finalmente acontecer.

Fomos campeões, de modo invicto, de modo inquestionável, indubitável, e insuportável para os torcedores de outros times, que vão ter que nos aturar por muito tempo com mais essa taça.

Então não tem como se escusar de dar parabéns ao time, ao Mano por ter feito um dos melhores aproveitamentos da história do Corinthians em um Paulistão.

Obrigado Mano Menezes. Hoje até os mais cornetas são Mano do Mano. Mas talvez só até quarta feira viu? Fica esperto cara.

Parabéns aos jogadores que fizeram suas partes e nos colocaram no topo do estado, nosso lugar de direito.

Obrigado Felipe, Alessandro, Chicão, William, André Santos, Cristian, Elias, Douglas, Jorge Henrique, Dentinho e Ronaldo. Obrigado aos reservas que fizeram suas partes quando tiveram oportunidade. E um abraço pro Túlio, que não serviu pra nada. Boa sorte no Grêmio, garoto.

Com um pouco de relutância, agradeço ao Sanchez e sua quadrilha por nos ter dado esse título fantástico.

Mas que nenhum deles se ache responsável direto pelo título.

Afinal, quem foi que manteve a escrita, e usou a digníssima e, campeã invicta, cueca preta?

Aguardo ligações da diretoria com os devidos agradecimentos.

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Parabéns amigos, agora sim temos o que merecemos!

Um Corinthians grande. Um Corinthians vitorioso. Um Corinthians ganhador de clássicos.

Um time competente, dentro de suas limitações, mas guerreiro.

Um time campeão.

Que esse título seja o primeiro de muitos na compania dos amigos da X!

Grande abraço,

Daniel S. S.

3 comentários:

Ana Carolina disse...

Hahahah, ê cueca bendita!
como já lhe disse, merece um lugar cativo no memorial do nosso alvinegro! Melhor atriz coadjuvante dos grandes jogos!
Trate de mantê-la sempre em ordem! =P

Beijão, Dan!

Anônimo disse...

Sim...CHOREI!!!
E não foi só de rir...!

Ândi disse...

Nem me fala em superstição! O Coringão tá me carregando delas. Estou praticamente um escravo das minhas sandices. Hehe.

Belo texto.

E belo título pá nóis. :)