terça-feira, 26 de maio de 2009

O prejuízo da superxposição


Se sempre houve a noção geral de que a superexposição de mídia, a despeito das vantagens comerciais, poderia ser prejudicial a clubes de futebol, esse prejuízo agora parece ser muito mais direto e de efeito prático mais impactante. E o perigo vem do STJD, e seu procurador que gosta de aparecer.

É discurso comum do tal procurar (que é bom omitir o nome, a fim de não contribuir para essa prática de autopromoção feita por ele) dizer que o uso das imagens para denunciar supostos agressores é feito para flagrar o que escapa aos olhos dos árbitros. Na verdade, sabemos que já está além disso, mas vamos circunscrever nossa crítica ao que é declarado.

Se as denúncias são feitas pelo que as câmeras mostram, e o árbitro não vê, quem levará mais prejuízo? O time grande, que tem todos seus jogos transmitidos, comentados, reprisados e polemizados, ou o time pequeno que, no máximo, é mero coadjuvante?

É claro que hoje temos câmeras em todos os jogos, e nenhum lance escapa às lentes. O problema é que num jogo que mal é visto, ninguém tão mal humorado verá motivo para polemizar um lance fortuito de um puxão de cabela inofensivo, ou se uma entrada foi mais ou menos dura.

Vale ilustrar dois exemplos. O primeiro é do último domingo, no clássico entre Palmeiras e São Paulo. Diego Souza dá um carrinho em André Dias que, ao ser atingido, cai e bate a cabeça no chão. Ainda que o carrinho tenha sido imprudente, quem poderia avaliar que o acidente (que foi mais feio do que grave) aconteceria? Bem, certamente o lance não mereceria dois minutos de menção, fosse num jogo de Série B, ou mesmo num Avaí x Coritiba (jogo realizado no mesmo dia), e não em um clássico da importância do Choque Rei.

Outro exemplo foi o recente "puxão" de cabelo de Ronaldo em Fahel, do Botafogo, em jogo válido pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro. Um lance tão inofensivo que o próprio zagueiro adversário promete depor a favor do Fenômeno, em julgamento a ser realizado hoje. Desses lances que em qualquer escanteio, o mesmo promotor poderia encontrar pelo menos meia dúzia de lances iguais ou mais graves, para fazer seu nome. Mas, certamente, nenhum teria a repercussão de um lance envolvendo o Ronaldo. E mais: nenhum teria tantas lentes em foco, quanto um lance protagonizado pelo Fenômeno.

E aí? É justo que o Ronaldo, o Corinthians, e outros gigantes do futebol paguem o preço da superexposição, sendo mais punidos que os "nanicos"?

quarta-feira, 6 de maio de 2009

De trás pra frente


Desde o início do trabalho do técnico Mano Menezes no Corinthians, ele, e os cronistas esportivos, já diziam que o Corinthians começaria a ser arrumado pela defesa. 


O sentido parece evidente, mas pouca gente percebe o quão eficiente e preciso foi isso. 

Vamos analisar o time titular da conquista do Palistão 2009.

Remanescentes de antes da vinda de Mano Menezes, apenas Felipe (único destaque em 2007), e Dentinho (a jovem promessa). 

Das primeiras contratações, feitas já para o Paulistão 2008, sobraram exatamente os quatro homens da linha de defesa: Alessandro, Chicão, William e André Santos. Todos titulares absolutos nesse quase um ano e meio (o único que oscilou foi o Alessandro, mais por contusões que por qualquer dúvida de sua capacidade). 

O meio campo veio para a Série B, e estou certo que se houvesse chegado um pouco antes, o título da Copa do Brasil 2008 teria ido pro Parque São Jorge. Mas Cristian, Elias e Douglas vieram no meio de 2008. Cristian por último.

Defesa e meio-campo formado, faltava o ataque. A cereja do bolo. E veio Ronaldo, no final de 2008, porém com estréia apenas em Março de 2009. 

Completa a lista o Jorge Henrique. Jogador que não me agrada, assim como não agradava o Lulinha, que exercia exatamente a mesma função. Mas não posso negar sua importância tática para o time. E aí é mais um mérito do Mano. Saber buscar e encaixar a peça certa para funcionamento do time. 

Ainda acho que dá pra melhorar. Dentinho e Jorge Henrique são importantes, encaixam bem no estilo do time, mas com certeza seria melhor ter jogadores que exercessem essas funções e ainda soubessem o que fazer com a bola. Mas Dentinho é a garantia de caixa do clube. Logo deve ser vendido, e tomara venha um substituto ainda mais capacitado. 

Douglas também pode ser substituído, pois caiu muito de rendimento em 2009.

Mas independente disso, o time está completo. Da defesa pro ataque. Agora só falta o banco. 

segunda-feira, 4 de maio de 2009

O dia D(o Dan...)


Sou um cara supersticioso. Ainda.

Eu tento brigar contra a superstição, mas não tem jeito, é maior que eu.

Não que ser maior que eu seja algo pra se ter orgulho, mas vamos deixar as picuinhas pessoais de lado.

Sabe quem estava sendo lavada na quarta feira, dia de jogo com o Atlético-PR? Ela mesma, a cueca preta.

Preferi não brincar com a sorte novamente. Então depois de voltar da Igreja no sábado, lá pras 6 da manhã, cheguei em casa, tomei um banho e já procurei meu amuleto. Trajei minha digníssima cueca negra, boxer, lavada e cheirosa, pronta para o meu sono pré-finalíssima.

Acordei cedo pra curtir a corrida da MotoGP. Foi minha pior cagada, comecei a roer unha às 9 da matina.

Tentei de modo infrutífero dormir mais um pouco, meu nervosismo não permitia de modo algum que eu fechasse os olhos. Mas a cueca preta estava lá, vestida! Não havia o que temer!

Passou meu dia, almocei, tive meus entretempos em família, coisas corriqueiras de domingo.

Nada fora do comum.

A não ser pelo meu nervosismo que ousava me desafiar durante o dia.

Por mais confiante que meu discurso fosse sobre o jogo, minha confiança estava abalada, pois algumas memórias me vieram à tona.

Primeira: Brasileirão de 2002.

Memorável dia que o Rogério, um dos melhores laterais direitos que passou por aqui nos últimos anos, levou a fatídica pedalada da farsa praiana. E o Santos, classificado em último lugar pra segunda fase, levava o título em cima do poderosíssimo Corinthians de Parreira, Gil, Kléber e Ricardinho.

Este time do Corinthians tinha as características de tocar bem a bola, prender muito o jogo, não se desesperar em momento algum, mesmo quando começava perdendo. E jogava em um 4-3-3 clássico, com dois pontas bem abertos (Gil e Leandro) e um centro avante goleador (Deivid).

E o time do Santos se classificou na bacia das almas, e foi salvo por um molequinho camisa 7, recém revelado, junto com uma pequena leva de jogadores saídos da base do time. Tal camisa 7 ainda conseguiu enganar uma penca de times pela Europa, mas isso é outra conversa.

A segunda memória: Copa do Brasil de 2008.

O Campeonato perdido mais ganho da história do futebol do Corinthians. De 1910 pra cá, nunca perdemos um campeonato tão fácil.

E tudo porque ganhamos o primeiro jogo de 3x1. Uma folga considerável para o time, que só precisava empatar ou até perder de 1x0 o segundo jogo. Só que acabou entrando com um clima de "já ganhou" e perdeu o campeonato de forma vexatória em plena casa do adversário.

Conseguiu associar tudo ou quer uma força?

Time jogando no 4-3-3, paciente, toca bem a bola, não se desespera quando está perdendo, pegou na final um Santos que se classificou na bacia das almas pra segunda fase, com uma revelação das categorias de base jogando com a camisa 7...

Ganhou o primeiro jogo de 3x1 e precisava só manter o resultado pra ser campeão.

Amigos e amigas, confesso que só não me caguei de medo pra não sujar a cueca preta.

E assim foi, eu tenso até começar a partida, mais tenso ainda depois do apito inicial, passando de tenso pra PUTO quando o William deixa o Kléber Pereira sair sozinho na frente do Felipe que acaba fazendo o penalti e deixando os peixes abrirem o placar.

Confesso que nessa hora comecei a duvidar do poder da minha roupa de baixo. Duvidei por aproximadamente quatro minutos.

Dentinho tabela com André Santos que fuzila de dedão e mata Fábio Costa. 1x1, e o time já põe a mão na taça.

Detalhe crucial pro senhor Nazário que perdeu um gol logo no início do segundo tempo que nos teria dado a vitória e uma festa ainda maior. Mas nada que tire os créditos incontáveis que ele já tem por ter feito gols em todos os clássicos.

E assim foi, até o apito final e a festa finalmente acontecer.

Fomos campeões, de modo invicto, de modo inquestionável, indubitável, e insuportável para os torcedores de outros times, que vão ter que nos aturar por muito tempo com mais essa taça.

Então não tem como se escusar de dar parabéns ao time, ao Mano por ter feito um dos melhores aproveitamentos da história do Corinthians em um Paulistão.

Obrigado Mano Menezes. Hoje até os mais cornetas são Mano do Mano. Mas talvez só até quarta feira viu? Fica esperto cara.

Parabéns aos jogadores que fizeram suas partes e nos colocaram no topo do estado, nosso lugar de direito.

Obrigado Felipe, Alessandro, Chicão, William, André Santos, Cristian, Elias, Douglas, Jorge Henrique, Dentinho e Ronaldo. Obrigado aos reservas que fizeram suas partes quando tiveram oportunidade. E um abraço pro Túlio, que não serviu pra nada. Boa sorte no Grêmio, garoto.

Com um pouco de relutância, agradeço ao Sanchez e sua quadrilha por nos ter dado esse título fantástico.

Mas que nenhum deles se ache responsável direto pelo título.

Afinal, quem foi que manteve a escrita, e usou a digníssima e, campeã invicta, cueca preta?

Aguardo ligações da diretoria com os devidos agradecimentos.

___

Parabéns amigos, agora sim temos o que merecemos!

Um Corinthians grande. Um Corinthians vitorioso. Um Corinthians ganhador de clássicos.

Um time competente, dentro de suas limitações, mas guerreiro.

Um time campeão.

Que esse título seja o primeiro de muitos na compania dos amigos da X!

Grande abraço,

Daniel S. S.

domingo, 23 de novembro de 2008

Aqui tem um bando de roxo...


E praqueles que esperavam um amistoso entre Corinhians e Avaí, nada poderia ser mais delicioso do que o que estava esperando...


Nossa diretoria pode levar os xingos que quiser e merecer, mas faz tempo que não vejo um festa tão grande pro time e pra torcida. Claro que eu preferiria uma festa dessa pra comemorar a Copa do Brasil, mas quem não tem cão...

Se não derem certo na diretoria do Corinthians, podem fazer uma promotora de eventos que vão fazer andar.

Música, pessoas famosas, bateria de escola de samba. E claro, a platéia mais animada do mundo, aqueles que vão ali pra gritar o nome do nosso poderoso timão. Os verdadeiros reis da festa. A nossa torcida!

Mas nem o mais otimista dos Corinthianos ou dos torcedores do Avaí poderiam contar com o que estava por vir. Quando todos esperavam um jogo em banho maria, com bolinha-pra-cá-bolinha-pra-lá, o que se viu foi um arranca rabo digno de Corinthians x Palmeiras.

Foi pescoção pra todo lado. Divididas quentes, discussões em cada bola rifada pro alto, soladas, Chicão dando voadora (na bola, diga-se de passagem!), o Morais com toda a sua estatura saiu no soco com o Marquinhos, o Herrera levando voadora e tapa na nuca. 

Foi uma batalha daquelas, e com uma vitória ao fundo pra coroar o quebra pau.

Não sei vocês, mas o que eu vi ali foi um bando de caras que ninguém dava nenhum valor, mas que não arredaram o pé na frente da torcida, não tiveram medo e partiram pra cima quando provocados.

E esse é o espírito que eu quero quando o pau comer de verdade ano que vem. Contra a porcada, contra os lambaris, contra os bambis... Quero ver se os jogadores tem colhão pra ir pra cima mesmo, dentro do Panetone ou do Chiqueirão.

Não que eu goste de violência, longe disso. Mas que os jogadores maricas fiquem no freguês do Morumbi. 

Aqui é lugar pra jogador que não tira o pé em dividida, que entra rachando em todas, sempre buscando a vitória...

É galera, ontem eu senti uma prévia de como vão ser os jogos ano que vem...

Que venha 2009. Já cansei, essa pré temporada que durou 2008 inteiro não deu nem graça...

Aqui tem um bando de roxo... Olho roxo...

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Virtualmente na Série A


Num discurso atípico, nosso técnico Mano Menezes afirmou que estamos virtualmente na série A, logo após o jogo contra o Bahia, em Feira de Santana.

" - Estamos virtualmente na Série A, mas como virtual não existe precisamos esperar mais um pouquinho para confirmar a matemática – declarou o treinador "

Pois é.. ainda afirmou que não vai encarar como uma final, o jogo contra o Ceará.. para blindar uma possível empolgação dos atletas e com isso, botar tudo a perder..


Botar o quê a perder, Cristo Jesus ??

Vai à merda vc, Mano Menezes.. Vai à merda com esse discursinho ridiculo, vai à merda suas contratações, vai à merda a TUA CONTRATAÇÃO, que desde ano passado, muito antes do rebaixamento, já estava acertada..

Não foi sua covardia que me fez ter nojo de ti, e sim essa postura mau caráter.

E eu achava que o Luxemburgo era mercenário..

rs

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Return


2008

Que ano.. que ano...

Todas as coisas aconteceram nele.. todas e nenhuma.

Este, definitivamnete, foi um ano atípico. No início do campeonato eu escreví que a ficha havia caído.. mas enganei-me. A ficha não caiu.

E não quero que caia.

Não quero mais toda essa lambança que vemos no Corinthians. Desde a presidencia até o faxineiro. Quem nasceu para cobrar, se vende por um punhado de ingresso, pizzas, dança do ventre e churrascos. É muita desordem, é muita corrupção, são favorzinhos pra lá, favorzinhos pra cá.. Isso desânima até o mais cético dos seres-humanos.

Só não contavam que o corintiano, por si só, é como fênix. Que renasce das cinzas, tira força do âmago pra lutar pelo que acredita. E eu acredito num futuro, eu acredito que ainda verei meu clube limpo dos ratos que infestam o solo sagrado do Parque São Jorge.

Não terá gavião, não terá Sanchez, não terá Citadine, não terá estatuto pífio aprovado que impeça a ordem e o caráter no clube.

E depois, que venha o futebol.

Você é mano do mano ? rs


Patricia

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Seria melhor ter perdido para o Botafogo


Na verdade, olhando friamente os números, olhando os objetivos atingidos, não acredito nisso. Mas é a sensação que fica ao olhar a reação da torcida. É a sensação que tenho quando me lembro da dor da desilusão. Seria melhor ter sido eliminado naquela disputa de penaltis pelo Botafogo. Teria doído. E também perderíamos a alegria extrema daquela vitória. Mas teria sido um preço justo para evitar o sofrimento da última quarta-feira.

E mais do que isso: teria sobrado algo. Porque chegamos àquela decisão por penaltis após muita luta, após resultado adverso, e belo gol de Chicão. O Felipe seria cobrado pela falha, mas nada que se compare à falha decisiva da final. Provavelmente haveria um cristo, que pagaria pela falha nos penais, mas seria um apenas, que pagaria pelos demais. A final de quarta, a fatídica partida para a qual o Corinthians não foi, não deixa isentar ninguém. Ninguém jogou nada! Ninguém se salva! Até quem parecia unanimidade, símbolo de entrega e luta, não se entregou, não lutou.

O que fica não é um resultado a se lamentar, como teria sido nas semi-finais. O que fica é todo um sentimento de frustração, decepção... E só! Porque diante disso, e diante da desilusão da torcida - a agora corneteira torcida corinthiana - e diante de um ano sem objetivos ambiciosos, e com dívidas milionárias, temo que não reste sequer elenco decente para o segundo semestre. Temo que o processo de fritura e de impaciência que virá das arquibancadas, aliadas à aparentemente sem graça (de tão fácil) Série B, sejam os álibis perfeitos para a diretoria "fazer caixa". E aí não vai sobrar nada mesmo. E temo ter emoções até na fraca Série B (e sinceramente, está melhor assim, sem muita emoção e com muitas vitórias).

Não pára, não pára, não pára!

Mesmo a dor sendo grande, o coração não aprende. Após passar um day-after sofrido, murcho, sem querer sequer ler notícias sobre futebol, e fugindo das piadinhas e gozações, hoje acordei com a inabalável vontade de torcer pelo Timão, e de falar de Timão, e de comprar camisas, e de iludir-se e entregar-se quantas vezes mais.

Acordei querendo saber d0 time que encara o Brasiliense, defendendo os 100% na sem graça Série B. E, com isso, volto a me preocupar com esse clima avassalador que abateu a torcida, e que certamente fará presão, e com ela, vítimas. Porque não é possível que um time que voava há 2 dias, agora não preste mais, não salve nada.

Fico na esperança de que o abatimento não atinja os jogadores. Torço também para que os ótimos Douglas e Elias transponham a diferença que afasta o derrotado Corinthians da final da Copa do Brasil de um time realmente completo e vencedor. Rezo para que não passem de boatos as notícias de que Mano Menezes poderia estar de malas prontas, e para que fique, continue seu ótimo trabalho, e que aprenda a lidar com o Corinthians, um time grande, imenso. E que aprenda a ganhar títulos também. Terá um ano todo para isso.

Acima de tudo, tenho fé que a Fiel ao menos não deixe de ser Fiel, e que a surpreendente boa campanha da Copa do Brasil não seja justamente a vilã do bom time que estávamos formando, e que não esqueçam que esse nunca foi nosso objetivo final. E se podíamos ganhar, e não ganhamos, é porque ainda falta algo, e não que tudo esteja errado. Que não se perca tudo que já foi avançado, pois pior que a perda de um título, é a morte da esperança, da fé no Timão.

Não pára, Corinthians!