sexta-feira, 4 de abril de 2008

"Meu coração não tem divisão". "Meu amor não tem cor".


Desconheço os autores originais das frases acima, mas poderia facilmente tomá-las como minhas.

Sim, eu sei que já fiz, neste espaço mesmo, meu protesto ao uso do roxo. E hoje, após a primeira partida com o novo uniforme, mantenho minha queixa quanto à identidade ferida. Um pouco por ter sentido, durante o jogo, a estranha sensação, ainda que por frações de segundos, de estar torcendo para o time errado (o de branco). Ou talvez por ainda me recordar de histórias que sempre li, como quando o Corinthians venceu a final do Paulista de 1954, título que valeu a cobiçada Taça do IV Centenário da Cidade de São Paulo. Na ocasião, o adversário era o rival Palmeiras, que no dia optou por um uniforme azul. E aquilo, segundo os próprios jogadores alvinegros da época, fez com que por várias vezes eles esquecessem a grandiosidade do rival à frente. E isso não é brincadeira, nem exagero.

Mas, enfim, o Corinthians jogou de roxo, e, exceto àquelas frações de segundos, eu torci do mesmo jeito, e com a mesma paixão. E vencemos. E foi tão bom quanto. Aliás, dados alguns atos de selvageria de parte da torcida, a “vitória” do roxo foi até gratificante, justa. E eu sei que onde houver uma disputa em que esteja envolvido o nome e as cores (ainda que sejam outras) do Todo Poderoso, eu não conseguirei fazer outra coisa senão me entregar de corpo e alma na torcida.

E é por isso que quero deixar aqui declarada minha opinião sobre outro assunto (até porque esse assunto do roxo já deu no saco – sem qualquer referência à era Collor).

Eu tenho ouvido e lido, desde Dezembro do ano passado, muitos Corinthianos previamente desesperados porque terão que assistir nosso time na Série B esse ano. Os mais passionais, “prometem” chorar no dia da estréia, vendo o Corinthians tão distante de seu devido lugar.

Ora, o pior da queda é a queda mesmo. É o que dói. O pior foi ver meu time em atuações pitorescas, com jogadores que passavam longe das tradições e glórias do nosso Timão. Vê-lo terminar entre os quatro últimos colocados do Campeonato, o que, conseqüentemente, levou-o à Série B. Isso sim me fez chorar. Isso, realmente, não tem nada a ver com o Corinthians.

É claro que vai ser ruim passar um ano todo, um longo campeonato inteiro, sabendo que a máxima conquista será a volta do Corinthians a seu devido lugar. Sabendo que não haverá glórias ou conquistas que possam constar nas listas de grandes feitos do clube.

Mas também saberei que o pior já passou. E quero estar lá, no Pacaembu, no dia 10 de Maio, na estréia da Série B. E sei que gritarei e cantarei o nome do Timão com muito orgulho. Pois tanto faz se do outro lado está um CRB ou um Flamengo. Eu nunca olho para os adversários mesmo, independente da divisão.

O pior foi o rebaixamento. Levantar, sacudir a poeira, e dar a volta por cima, não é vergonha para ninguém.



2 comentários:

Cookie disse...

Bom...sobre o começo do texto...não sei pq mas também senti ontem, por pouco, estar torcendo p/ o time errado.

Enfim..o texto está perfeito, é isso aí mesmo.

Mas que eu vou chorar na estréia eu vou. Não me conformo e não vou me conformar nunca.

Salve o Corinthians!

Patricia disse...

Neto, Salve o Corinthians...

=´(